Mulher procura pela filha que teve há quase 36 anos

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“Eu não quero nada demais, apenas quero pedir perdão e saber como foi a vida dela, gostaria muito de saber se ela está bem”

Por Sindréia Nunes – Rede Vale Norte

 

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Após dar à luz a uma menina, em 30 de julho de 1985, dona Adair precisou dar a filha para adoção a um casal de Ibirama.

Depois de décadas de angústia, a aposentada Adair Aparecida Ribeiro Guedes, de 59 anos, resolveu procurar a filha que teve que dar para adoção assim que a menina nasceu, na década de 1980. Na época, pelas condições de vida que tinha, não restou escolha a não ser entregar a recém-nascida para um casal que dizia morar em Ibirama, e trabalhar no antigo banco BESC. Os anos passaram, mas o desejo de reencontrar a primogênita sempre esteve presente.

Adair carrega nas lembranças uma infância difícil. Depois de ter o pai assassinado em Campos Novos, ela, ainda criança, e os irmãos foram entregues para fazendeiros para ajudar no trabalho. Após ser maltratada, conseguiu fugir. Chegou a dormir nos bancos de uma rodoviária, até que um casal à notou, e perguntou se gostaria de ir com eles para Rio do Sul, para trabalhar como doméstica.

Enquanto trabalhava com a família, conheceu um rapaz, e sem orientação sobre métodos contraceptivos acabou engravidando. “Na época não sabia como poderia me cuidar, foi então que engravidei desse moço. Quando contei para os meus patrões, eles não aceitaram, disseram que eu não poderia ficar com a criança na casa. Fiquei desesperada, não soube o que fazer”, lembra.

Uma mulher que vendia roupas, e de vez enquanto passava na casa em que Adair trabalhava, soube da história e disse que poderia ajudar. “Ela me contou sobre um casal de Ibirama que poderia ficar com a minha filha. Não era o que eu gostaria de ter feito, mas eu não tinha escolha e acabei aceitando. Assim que fui para a maternidade essa mulher soube e avisou ao casal”, conta a aposentada.

No dia 30 de julho de 1985, Adair deu à luz a primeira filha. Assim que saiu da maternidade, o casal foi buscar a criança, ainda na porta do hospital. “A promessa era de que eu iria ver a minha filha pelo menos uma vez por mês, e que saberia notícias, mas isso não aconteceu. Algumas semanas depois, a mulher que vendia roupas e que me apresentou ao casal, foi na casa em que eu trabalhava e apenas me disse que a menina estava bem, essa foi a última informação que tive”, relembra.

Os anos passaram, Adair se casou com um homem e veio morar em Ibirama, na localidade Barra do Coxo, onde vive atualmente. O casal teve outros filhos, mas a aposentada nunca esqueceu da primeira. “Tenho vários problemas de depressão por causa disso, já fiz tratamentos e tomei muitos remédios. O meu casamento também não foi feliz, o que aumentou o meu sofrimento por não poder falar para o meu marido que eu tinha uma filha de solteira”, revela.

Depois de se divorciar, há cerca de cinco anos, ela decidiu, com a ajuda dos filhos, procurar pela criança que teve há quase 36 anos. “Eu não quero nada demais, apenas quero pedir perdão e saber como foi a vida dela, gostaria muito de saber se ela está bem”, explica.

Uma das filhas de Adair publicou a história nas redes sociais para tentar encontrar a irmã. A lembrança da aposentada era de que a criança tinha a pele morena e cabelo cacheado. A única informação que ela tem do casal que adotou a menina é de que moram em Ibirama e que trabalhavam no BESC, e segundo ela também pareciam ser bem de vida.

A família já entrou em contato com o Hospital Samária de Rio do Sul, onde aconteceu o parto. As informações repassadas não deram nenhuma pista. Agora, o objetivo é tentar algum dado com o cartório de registro civil de Ibirama, para tentar chegar em algum nome que possa ter sido registrado com o mesmo dia de nascimento.

Quem tiver alguma informação que possa ajudar pode entrar em contato com a família pelo telefone (47) 9 8829-2281.

 

 

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