Os combustíveis no Brasil deverão permanecer como umas das principais fontes de pressão inflacionária. Com as tensões na Ucrânia e ondas de frio nos países do Hemisfério Norte, que elevam o consumo de petróleo, os preços do óleo no mercado internacional deverão subir ainda mais, já superaram US$ 100 por barril.
Em três anos, os preços da gasolina e do gás de cozinha na refinaria subiram cinco vezes mais que a inflação. No diesel, o aumento acumulado foi quatro vezes maior que o índice de peço ao Consumidor Amplo (IPCA). Desde janeiro de 2019, início da gestão do governo atual, a gasolina teve reajuste de 116%, ante uma inflação de 20,6% no período. No gás de cozinha, a alta foi de 100,1% %, e no diesel, de 95,5%. Os dados são da Petrobras, analisados pelo Dieese. E essa escalada de alta deve continuar.
O Brasil, mesmo com produção de petróleo e derivados suficiente para o abastecimento interno, será impactado pela política de Preço de paridade de importação (PPI), que dolarizou os combustíveis, com reajustes que seguem os preços internacionais, variação cambial e custos de importação, acrescenta Cararine .
Refinaria
Os aumentos de preço nas refinarias repercutem nos postos de revenda, ou seja, no bolso do consumidor final. De janeiro de 2019 até hoje, a gasolina subiu 52,8% o diesel 63,6 e o GLP 47,8%, muito acima também do reajuste do salário mínimo, de 21,4% no período, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Altas nos preços dos combustíveis acima da inflação ocorrem desde a implantação do PPI, em outubro de 2016, pelo governo Temer e mantido por Bolsonaro. De outubro de 2016 a 1º de fevereiro de 2022, o gás de cozinha na refinaria sofreu reajuste de 287,2%, face a uma inflação acumulada de 29,8%. Na gasolina, o aumento foi de 117,2% e no diesel, de 107,1%.
Repassados para o consumidor final, os reajustes nos postos acumularam, no período, 81,6% na gasolina, 88,1% no diesel e 84,8% no gás de cozinha.
Por Monitor Mercantil