Jorge Goetten argumenta que a divulgação estimula as pessoas a tornarem-se doadoras
O deputado federal Jorge Goetten (PL) oficiou nesta segunda-feira (28) a ministra da Saúde, Nísia Trindade, pedindo informações sobre o funcionamento da ordem de transplantes no Brasil e também solicitando maior divulgação das informações a esse respeito.
Chamou a atenção dos brasileiros a rapidez com que o apresentador Fausto Silva recebeu um transplante de coração. Faustão estava na fila há apenas 7 dias e passou por cirurgia para receber o órgão neste domingo (27), no Hospital Albert Einsten, em São Paulo.
Embora a situação já tenha sido esclarecida sobre a prioridade do apresentador para receber o coração, o deputado defende uma maior divulgação e transparência nas filas de transplante de órgãos, justificando que, dessa forma, as pessoas se sentem mais motivadas a serem doadoras.
“Todos ficamos muito felizes com a notícia de que Faustão conseguiu o transplante e de que a cirurgia foi um sucesso. Logo depois da notícia, recebi diversos questionamentos se ele teria furado a fila. Por isso, acho importante haver mais esclarecimentos sobre como funciona essa fila de transplantes, para que a população em geral saiba e se sinta estimulado a ser doador”, explica Goetten.
Aumento de doadores
O Sistema Nacional de Transplantes (STN) já informou que foi registrado um aumento do número de doadores após a notícia de que Faustão necessitava de um transplante. Ainda não há números oficiais, já que os dados são fechados mensalmente.
Goetten, que é doador de órgãos, enfatiza a necessidade de reforçar o pedido de doação. “Ninguém quer passar pelo que Faustão passou, mas de tudo pode ser extraído algo de bom. Vamos aproveitar o momento e mostra que uma vida pode ser salva e uma família pode voltar a sorrir”.
Santa Catarina lidera doações
Santa Catarina teve a maior taxa de doadores de órgãos do Brasil em 2022, com 44,8 doadores efetivos a cada um milhão de habitantes. O número é quase três vezes maior que a média nacional, de 16,5 por milhão da população. O Estado manteve a liderança do ranking pela 14ª vez em 18 anos, segundo o relatório anual da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
O Estado contou com o quarto maior número absoluto de doadores, com 329 pessoas, e ficou atrás de unidades federativas com populações maiores. São Paulo obteve 975 doadores, o Paraná contou com 471 e o Rio de Janeiro com 349. Cada uma dessas pessoas pode doar órgãos e tecidos a depender do quadro clínico para um ou mais pacientes.
Outro destaque de Santa Catarina foi o registro do maior percentual do país com relação à quantidade de doadores efetivos sobre o número de notificações para possíveis cirurgias. Cerca de 45% dos doadores em potencial concluíram o processo e efetivaram alguma doação. No ano passado, foram 728 notificações em território catarinense e apenas 55% não foram realizadas. Entre os principais motivos para a negativa estão a recusa das famílias e a contraindicação médica.