Fonte de pesquisas, o antigo cemitério da Comunidade Evangélica Luterana funcionou dede o início da colonização no Vale Norte
Marcelo Zemke
Um espaço de grande valor histórico e que estava ameaçado por falta recursos teve mais um desfecho. O antigo Cemitério dos Primeiros Colonizadores, localizado no Distrito de Dalbérgia, teve seu tombamento homologado em Ibirama. O tombamento do cemitério dos imigrantes foi o primeiro passo para que o patrimônio histórico do município seja valorizado e preservado.
Fonte de pesquisas, o antigo cemitério da Comunidade Evangélica Luterana, localizado na Rua Lauro Müller, funcionou dede o início da colonização no Vale Norte até a década de 1960. No ano passado se cogitou a possibilidade remover as sepulturas para o atual cemitério luterano por falta de verbas para a manutenção do espaço. O campo santo que não é mais utilizado, é defendido como um patrimônio histórico, dada a sua importância por contar um pouco da história dos primórdios da colonização do Vale Norte.
Segundo a presidente do Conselho de Cultura, a arquiteta Cristiane Schattenberg, o tombamento foi um trabalho conjunto que contou com a ajuda do Departamento de Cultura (do professor Cleandro, do Museu, do Dirceu Leite em especial), e da equipe técnica do Departamento de Planejamento. Essa equipe elaborou os relatórios técnicos e conduziu o processo de acordo com a legislação.
Após o pedido foi solicitado uma equipe técnica – composta pela engenheira Daiani Wilhelm, arquiteta Cristiane Schattenberg e o historiador Cleandro Boeira, que elaboraram um relatório contendo aspectos históricos e arquitetônicos do conjunto. Os trabalhos desse grupo incluíram pesquisa histórica, visitas técnicas, busca de documentação junto aos cartórios de registro de imóveis, aos arquivos da colonizadora Hanseática. “Todo o processo, desde a solicitação até o decreto duraram pouco mais de6 meses, pois era inegável a importância desse local para a cidade. Normalmente os processos duram mais tempo”, informou Cristiane
Após a aprovação do relatório técnico foi submetido ao conselho de
cultura. E na sequencia encaminhado para homologação do prefeito Adriano Poffo, que emitiu o decreto 4.803 em 20/12/21, que homologou o pedido de tombamento.
Aspecto Cultural
O local é constantemente pautado pela imprensa regional e estadual sempre como o mesmo tema: preservação histórica. O último destaque estadual foi em 2013 no Jornal do Almoço da NSC TV, onde se falava de um projeto de resgate do local. A ideia era transformar o local em sítio arqueológico, mas a proposta não saiu do papel.
Nas lápides ou nos fragmentos que ainda restam, encontram-se registros dos primeiros colonizadores de nossa região. O primeiro sepultamento no local aconteceu há 114 anos e isso remota os primeiros colonizadores.
“Agora, o desafio é a restauração, e para isso, estamos buscando
parcerias. Uma delas é com o instituto naturhansa, para deixar o local
adequado para as visitas, preservando as características históricas. Outros imóveis podem ser tombados, desde que haja um pedido, que pode
ser feito por qualquer cidadão. O formulário encontra-se no site da
prefeitura” conclui Cristiane Schattenberg.
A maioria das pessoas sepultadas no local nasceu no século XIX, na Europa, e faleceu antes mesmo de algumas cidades vizinhas receberem seus primeiros imigrantes.
O local, pode-se observar as datas e sobrenomes, epitáfios nas línguas alemã e portuguesa e as características artísticas de algumas lápides.
De acordo com dados, o primeiro sepultamento aconteceu em 1905. Foi de um menino de quatro anos, na ala nos fundos do cemitério.