Por Marcelo Zemke – Jornal Vale do Norte
A falta de operação da Barragem Sul em Ituporanga gerou repercussão nos municípios impactados pelas cheias na semana passada. Até o meio-dia de quarta-feira, quando o nível do Rio Itajaí-açú atingia 9,74 metros em Rio do Sul, com diversas áreas alagadas, a estrutura mantinha a comportas abertas para reparos, já que, conforme a Defesa Civil, duas, das cinco comportas, apresentaram problemas de vazamento durante a última inspeção realizada em fevereiro. O laudo emitido no dia 17 de fevereiro elevou o nível de resposta para a cor laranja.
Devido as abundantes chuvas ainda previstas na quarta-feira, a Defesa Civil fechou todas às cinco comportas para minimizar os danos nos municípios da bacia. “Temos problemas pontuais de vazamento nas comportas C4 e C5. Importante destacar que não há nenhum risco de rompimento ou de danos na estrutura física da barragem”, informou o secretário chefe da Defesa Civil, David Busarello.
Ele disse ainda que a decisão de não fechar a comportas com as previsões de excesso de chuvas, se deu por questões técnicas. “Em função dos problemas nos dutos 4 e 5, havia a recomendação de não acionamento, que eventualmente, esse acionamento poderia comprometer internamente a estrutura da barragem. Baseamos nossas ações em questões técnicas”, disse.
Já o deputado estadual, Milton Hobus rebateu na noite de quarta-feira, que se as comportas de Ituporanga tivessem sido fechadas no tempo certo, o nível da enchente em Rio do Sul seria de pelo menos, dois metros a menos. Por volta das 11h desta quarta-feira, dia 04, após uma reunião com a Defesa Civil do Estado, é que as comportas da barragem de Ituporanga foram fechadas. “Há um plano de operações na DC, e já se sabia, com a quantidade de chuvas, que era necessário se fechar a barragem. Uma inundação é muito mais séria que um problema em uma comporta. A barragem é projetada para superar mil anos de cota de enchentes”, avaliou o deputado, que também já foi secretário de Defesa Civil.