O secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, afirmou na manhã desta quarta-feira (29) que 180 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devem ser ativados nos próximos dias em todo o estado. “Alguns hospitais estão tendo dificuldades e estamos dando apoio, mas todas as regiões deverão e irão ativar leitos nos próximos dias. (…) O prazo máximo que eu espero é de uma semana”, disse Motta. Até a noite de terça-feira, a taxa de ocupação da UTI na rede pública era de 80,1%, conforme o boletim estadual.
Em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina, Ribeiro disse que o estado tem feito um esforço conjunto com os hospitais para levar insumos e profissionais de saúde, que possibilitam a ativação das vagas.
O número de mortes pela doença chegou a 960 em Santa Catarina nesta terça-feira, conforme o boletim estadual, com taxa de letalidade de 1,3%. Há 73.771 casos confirmados em 293 dos 295 municípios catarinenses.

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Em relação à falta de medicamento e insumos, Ribeiro disse que a crise de fornecimento é mundial e que o estado tem dado apoio às unidades que não conseguiram adquirir estoques, como é o caso dos hospitais filantrópicos.
Ele afirmou que há editais abertos e a secretaria tem sugerido que as Organizações Sociais (OSs) e unidades privadas também façam a busca no mercado.
De acordo com o secretário de Saúde, dos 54 hospitais da rede de enfrentamento à Covid-19 em Santa Catarina, menos de 20% são administrados diretamente pelo estado. Nessas unidades, segundo ele, os estoques estão adequados.
Ribeiro mencionou ainda que a cobrança tem ocorrido em nível nacional.
“Eu tenho contato direto com o Ministério da Saúde e ontem cobrei do Ministério da também. Porque isso é uma crise de logística e o ente federal tem que dar apoio aos estados. O que nós não podemos é indicar o estado como o único responsável por essa situação. Insumos é quantidade compartilhada de todos, hospitais, municípios e o ente federal”, afirmou.
Medidas restritivas e isolamento social
Questionado sobre a tomada de decisões para adoção de medidas restritivas, o secretário de Saúde afirmou que as decisões tem sido compartilhadas com os municípios há quase dois meses.
“O Estado tem olhado, como grupo gestor, todos os dias para isso. Quando há necessidade, nós fazemos medidas restritivas, como fazemos nas últimas duas sextas-feiras. Mas precisamos entender que são recomendações trazidas para o estado e também para os gestores municipais. Todos eles recebem notificação, inclusive, com cópia para o Ministério Público, do que se deve discutir”, disse.
Ribeiro destacou ainda os baixos índices de isolamento social. Segundo ele, terça-feira (28) a taxa registrada no estado era de apenas 39%. “As pessoas ainda estão confundindo liberação da atividade econômica com regramento e relaxamento social”, disse.
Número de mortes pode triplicar em quatro semanas
O secretário de Saúde enfatizou as projeções que apontam para um aumento no número de mortes em Santa Catarina. “Se não melhorarmos o que estamos fazendo agora, podemos triplicar o número de óbitos em quatro semanas. (…) Se houver o mesmo índice que teve semana passada, [a matriz de risco] projeta para três vezes o número de óbitos”, disse Ribeiro.
A situação é resultado do aumento de contágio, que aumenta gravidade da doença, e destacou a importância do isolamento social. A estimativa já havia sido feita pelo estado em um relatório publicado no dia 21 de julho, baseado no modelo epidemiológico de Santa Catarina.
Conforme previsto no documento, no dia 16 de agosto o estado pode contabilizar um total de 2.129 mortes por Covid-19 em um dos três cenários projetados levando em consideração a atual taxa de transmissão do vírus, o número de casos e mortes.
Fonte: G1 SC