Jota Bhê acompanhou as transformações do rádio e teve que se reinventar
Marcelo Zemke
Acordar todos os dias para fazer o que mais gosta: trabalhar. Isso é o que motiva muitos que têm o amor pela profissão, encarando todos os dias novos desafios com a satisfação de poder superá-los todos os dias. Assim é vida do comunicador João Batista do Pinho, mais conhecido no meio com Jota Bhê. Ele ingressou no rádio em 14 de fevereiro de 1994.
E uma rede social, o profissional agradeceu aos familiares e ouvintes que o acompanharam nestas três décadas. “Foi um caminho bem árduo até aqui. Um caminho longo, com muitos desafios. Passei todas as fases e transformações do rádio. Se eu voltaria no tempo e mudaria algum detalhe? Lógico que não. Voltaria e faria exatamente tudo igual. Aos que acompanharam e acompanham sabe da minha dedicação e amor. Nunca considerei o que faço um trabalho. Eu nasci para o rádio. Já atuei em todas as funções”.
Ele contou ao JVN que a oportunidade veio quando uma tia ouviu no rádio que a emissora estava contratando um operador de som na Rádio Sentinela, antecessora da Belos Vales. “Fui sozinho na rádio para saber mais sobre a vaga. Na hora tinha um outro menino na sala e fiquei aguardando. Quando entrei o gerente da época, Ivanor Tafarel, me disse que precisava da presença do pai, pois eu tinha apenas 13 anos, prestes a completar 14 e, que o menino que havia saído ia voltar no outro dia com o pai para avaliação. Naquele dia, meu pai, que realizava serviços gerais, estava trabalhando bem em frente à rádio. Pedi licença e, em 10 minutos, meu pai estava lá”.
Ele conta que a direção o manteve na experiência por quatro meses, até completar 14 anos e ser contratado, já que na época a legislação permitia. “Apesar da minha pouca idade, percebi o perfil e comecei a variar as trilhas na hora de ele conduzir o programa que era ao vivo. Aquilo chamou a atenção do mesmo e, fui requisitado para outros horários. Lembrando que, na época era bem artesanal, pois trabalhávamos com discos de vinil e, a troca de discos fazia-se necessário para variar as trilhas”, relembra.
Profissão no rádio
Jota Bhê revela que a inspiração no rádio esteve nas pessoas que o acompanharam, e que como todo os profissionais, teve que se reinventar com o passar dos anos. Além da Rádio Sentinela, ele também atuou na Rádio 107 FM em 2009. Depois em 2019, ele integrou a equipe da Rádio Belos Vales de Ibirama.
“Trabalhei com muitos profissionais e dos bons que ficaram pelo caminho por não acompanhar a evolução do rádio, falando em novas linguagens e tecnologias. Com 15 anos, já tinha uma hora de programa ao vivo em horário nobre, das 8h às 09h, o ‘Hora Jovem’, sendo um dos locutores mais jovens do Estado. Comei a trabalhar, dicção e postura, linguagens do rádio e, melhorar meu gosto musical, adaptando ao gosto da maioria, de acordo com os pedidos do dia a dia”.
Durante os 30 anos de profissão, o comunicador atuou em diversas frentes, desde de locução em estúdio, repórter e locutor esportivo.
Apesar de sua profissão exigir uma grande responsabilidade, ele se diz gratificado pelo apoio dos ouvintes. “O que mais marca na vida de um profissional do rádio é a fidelidade do ouvinte. Durante essa semana de comemoração dos 30 anos, recebi mensagens de ouvintes lá de 1994. Pessoas que acompanham a carreira todos esses anos. E, o mais impressionante que, apesar das inúmeras plataformas de músicas, o rádio se mantém firme e está presente em todas as faixas etárias. Tenho admiradores que vão dos 5 aos 80 anos. Isso é gratificante”, finaliza.
A profissão
Popularmente reconhecido pela sua voz, o radialista é um profissional que sem dúvida faz parte da rotina de milhões de pessoas, principalmente daquelas que ainda preferem acompanhar noticiários e informativos em geral por meio do rádio. Mais que um comunicador, pode se transformar em amigo e espantar a solidão.
O novo perfil profissional na maioria das empresas de comunicação opta a contratação de profissionais com a formação superior no curso de Comunicação Social com habilitação em Radialismo ou Jornalismo.