Município lidera em número de focos entre os 28 municípios do Alto Vale

Marcelo Zemke
Em Ibirama, já são 30 focos do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e Zika. Isso corresponde a um aumento de 600%, se comparado ao mesmo período de janeiro do ano passado, quando eram monitorados cinco focos. O período de calor intenso, aliado ao excesso de chuvas das últimas semanas propicia a formação das larvas do mosquito.
O País tem mais de 512 mil casos confirmados de dengue, com 75 óbitos. O Distrito Federal, atualmente, lidera o número de casos, com mais de 46 mil casos confirmados de dengue. Santa Catarina aparece em sétimo lugar, com pouco mais de oito mil casos prováveis da doença. No Vale Norte, foram registrados dois casos em Presidente Getúlio em 2023.
Conforme levantamento do JVN junto à DIVE, já são 30 (29 em janeiro e 1 em fevereiro), focos do mosquito em Ibirama, fazendo com o município lidere entre os 28 municípios do Alto Vale. O segundo município da região é Rio do Sul, totalizando 20 focos do mosquito. Em Trombudo Central são 18 focos, seguindo de nove em Pouso Redondo, sete em Presidente Getúlio, dois em Braço do Trombudo e Taió e um em Rio do Oeste e José Boiteux.
Esses números fazem acender o alerta para que população se empenhe em evitar os criadouros. Para isso é necessário que cada morador cuide dos seus espaços, evitando acúmulo de lixo e de água parada que possam servir de criadouro para o mosquito, evitando a circulação do Aedes Aegypti e consequentemente evitando a doença.
“É uma somatória de fatores. O mosquito fêmea necessita de água parada para por os ovos. Esses ovos podem permanecer no local em até um ano e meio mesmo sem água, mas a partir do momento que este recipiente entrou em contato com água da chuva, em 10 minutos os ovos eclodem”, explica o diretor da Vigilância Sanitária, Rafael Reinicke.
Até novembro do ano passado, forma registrados mais de 70 focos do mosquito m Ibirama, contra 38 do ano anterior. Além do Centro foram registrados novos focos no Ribeirão Areado. Atualmente Ibirama possui 98 armadilhas instaladas em 31 pontos estratégicos da cidade, os quais são monitorados constantemente, com objetivo de descobrir focos do mosquito, destruir e evitar a formação de criadouros e impedir a reprodução dos mosquitos. Entretanto, reforçam a importância do papel de cada um na prevenção da doença.
Reinicke destacou os trabalhos diários dos agentes de combate às endemias e monitorar estes focos e também e o apoio dos agentes de saúde da família. “Nossos agentes de combates a endemias estão monitorando estes focos. Eles registraram imagens onde percebemos que há muito lixo e entulhos colocados no tempo e quando chove, estes materiais acumulam água” alerta.
O agente destaca que eliminar os criadouros segue sendo a melhor estratégia de prevenção à dengue, mas é necessário unir esforços com a comunidade e tentar reduzir os números. “Existem vários canais para reportar qualquer eventual denúncia. A partir do momento que temos a denúncia, vamos fazer a vistoria para detectar o problema e comunicar o proprietário. O agente tem o habito de encontrar o foco onde o dono do terreno acaba não encontrando”.
Todo trabalho de monitoramento é supervisionado pela Diretoria Superior de Vigilância Epidemiológica (DIVE) do Alto Vale do Itajaí. “ A Secretaria de Estado da Saúde estima que para os meses de fevereiro, março e abri, vai haver o pico de transmissão de dengue em SC. Em Ibirama, não temos casos confirmados, mas o trabalho deve ser diário”, disse.
Dengue em SC
De acordo com o último informe epidemiológico, foram identificados 7.185 focos do mosquito Aedes aegypti em 182 municípios. Dos 295 municípios catarinenses, 154 são considerados infestados pelo vetor.
Santa Catarina já tem 8.710 casos prováveis da doença. Na comparação com o mesmo período do ano 2023, observa-se um aumento de 646,5% no número de casos prováveis. Até o momento foram confirmados cinco óbito por dengue, quatro em Joinville e um em Araquari. Outros permanecem em investigação pelas Secretarias Municipais de Saúde, com apoio da Secretaria de Estado da Saúde, nos municípios de Araquari, Florianópolis, Garopaba e São Francisco do Sul.
A gerente de zoonoses da Dive, Ivânia Folster, destaca a importância da população fazer sua parte na prevenção da doença. “É preciso unir esforços, do poder público e de toda sociedade, para enfrentamento das arboviroses. Ações simples que fazem diferença. Descartar corretamente o lixo, vedar caixas d’água, limpar calhas e lajes, são alguns exemplos”, destaca.
O levantamento foi feito pelo JVN na sexta-feira.