Comemoração busca valorizar raízes culturais e homenagear a contribuição dos imigrantes alemães na formação de Ibirama

Marcelo Zemke
Na sexta-feira, dia 8 de novembro, a cidade de Ibirama foi palco de uma celebração significativa em homenagem aos 200 anos da imigração alemã no Brasil e aos 127 anos da colonização no município. Coordenado pela professora Marlene Siegle Schronrock, do Instituto Federal Catarinense – Campus Ibirama (IFC), o evento resgatou as tradições germânicas que marcaram a história local, integrando diversos elementos culturais e homenagens nas principais praças da cidade.
A programação teve início às 8h, com a concentração na Praça Franz Blohm (em frente ao IFC), onde os participantes prestaram homenagem a uma das figuras históricas que contribuíram para a educação em Ibirama e foi um dos fundadores da Sociedade Escolar Harmonia. Em seguida, o grupo seguiu para a Praça Central, onde se encontra o busto do pastor e educador Paul Aldinger, responsável pela construção da primeira escola do município e pela criação de uma rede de 25 instituições educacionais. “Além de pastor luterano, ele construiu a primeira escola de Ibirama e era inspetor de 25 educandários”, destaca Marlene.
A celebração foi finalizada na Praça José Deeke (Praça do Imigrante), ao lado do Correio, onde uma nova placa com os nomes de cinco imigrantes pioneiros foi inaugurada. Esses nomes, segundo a professora Marlene, já estavam registrados na praça, mas receberam um destaque especial após a revitalização realizada pelo Instituto Cultural Hammonia (ICH) o apoio de doações de empresas locais. “Nosso evento foi nestas três praças. A data de 8 de novembro, que é o dia também do início da imigração aqui em Ibirama, com a chegada dos primeiros imigrantes, cuja o nomes estão retratados na praça e na Praça do Imigrante”.
O evento contou com diversas atividades culturais, como a execução do hino de Ibirama por um grupo de violino e violoncelo, e a declamação de poemas da escritora Apolônia Gastaldi, lidos em português e em alemão pelos alunos do Colégio Harmonia. Dirceu, diretor do colégio, assumiu o papel de mestre de cerimônias.

Primeiros imigrantes
O primeiro imigrante, o professor Willy Lüderwald, chegou à nova colônia em julho de 1899. Para receber os demais imigrantes, foi aberta uma estrada de acesso à sede da colônia, às margens do Ribeirão do Cocho, até a confluência do Ribeirão Taquaras, e de lá até o encontro com o rio Hercílio. Em novembro daquele ano chegaram por esse caminho as famílias dos imigrantes do além-mar, cujos nomes estão gravados no monumento construído em homenagem aos imigrantes, na Praça José Deeke.
Os imigrantes vieram de navios, que aportavam no porto de Itajaí ou de São Francisco do Sul. Na colônia eram hospedados, inicialmente, em um galpão construído especialmente para abrigar até cem pessoas. Ficavam alojados por três meses, tempo mínimo necessário para abrir picada até o lote de terra adquirido, fazer abertura na floresta para construir a casa e plantar a roça para seu sustento. Os lotes não eram superiores a 10 hectares e foram pagos em cinco anos após sua ocupação.

Cultura Alemã
A professora Marlene, que leciona alemão no Ceavi e também é coordenadora do Instituto Cultural Hammonia (ICH), destacou a importância de manter viva a língua e as tradições germânicas como forma de preservar a história e a identidade local. Ela explicou que o instituto, fundado em 2021, tem como missão tornar o alemão acessível para todas as idades e incentivar a realização de provas internacionais, facilitando o intercâmbio e as oportunidades de estudo na Alemanha para os estudantes de Ibirama.