Crime foi motivado por traição conjugal. Réu perdoou a esposa, mas matou o homem. Sessão do Júri durou cerca de 11 horas e condenação trouxe alívio a familiares da vítima.
O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) obteve a condenação de um homem pela morte de um desafeto, em julgamento realizado em Correia Pinto (a sessão do Júri durou cerca de 11 horas). O Conselho de Sentença reconheceu que houve homicídio qualificado privilegiado com emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e que o crime foi praticado em um momento em que o réu estava sob violenta emoção. O Juízo considerou que o crime foi cometido na frente da filha da vítima, em plena luz do dia, em uma região urbana e perante várias testemunhas. A pena foi fixada em 11 anos, um mês e 10 dias de reclusão em regime inicial fechado.
A Promotora de Justiça Mariana Mocelin fez um pronunciamento em defesa da vida. “O réu alega que matou para defender a honra, mas a lei tem critérios bem definidos para punir quem comete homicídio”, disse a Promotora de Justiça.
O crime aconteceu em 29 de janeiro de 2018. No início daquela tarde, o réu Edenilson da Silva Ruivo começou a rondar a residência de Francisco Borges Siqueira, e quando a vítima entrou no carro, ele deu dois tiros na cabeça dele, causando traumatismo cranioencefálico, que foi a causa da morte. Edenilson fugiu da cidade e permaneceu foragido durante quase quatro anos.
Durante a sessão do Júri, Edenilson confessou o crime e contou que jogou a arma no Rio Canoas durante a fuga. O réu admitiu que o ato foi motivado por uma traição conjugal. Ele perdoou a mulher, mas matou o desafeto.
O plenário do Fórum da Comarca de Correia Pinto ficou lotado do início ao fim do julgamento. Parentes e amigos da vítima e do réu acompanharam os depoimentos das testemunhas e os debates entre a acusação e a defesa.
Familiares de Francisco comentaram o veredito. “Esperei muito tempo por esse julgamento, e ter que relembrar do fato foi muito doloroso, mas a condenação traz uma sensação de alívio, por saber que a justiça foi estabelecida”, disse a filha.
Já a esposa da vítima explicou que o desfecho do Júri representa um alívio para toda a família. “Passamos por momentos muito difíceis, e precisávamos dessa resolução. Agora podemos tocar a vida em paz”, concluiu.
Por Coordenadoria da Comunicação Social MPSC