Objetivo da reunião foi discutir o modelo atual de plantão das farmácias e propor melhorias
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Marcelo Zemke
Com o objetivo de discutir a organização das escalas de plantão das farmácias do município um encontro reuniu na Tribuna Cultural da Câmara de Vereadores de Ibirama, representantes das farmácias locais, entre eles Eduardo Flores, membro uma das farmácias de plantão, e Cleiton Amarildo de uma rede de farmácias, para debater como melhorar o atendimento à população, especialmente durante horários não comerciais e emergenciais. Enquanto algumas farmácias defendem a manutenção do horário atual e da escala de plantão, outras propõem a extensão do atendimento até as 23h, eliminando a necessidade do sistema de plantão.
O objetivo foi discutir o modelo atual de plantão das farmácias e propor melhorias que garantam um atendimento contínuo e de qualidade à população, sem prejudicar a viabilidade econômica dos estabelecimentos. Durante a fala de Eduardo Flores, foi destacado que o foco não é impedir o crescimento do setor, mas assegurar que as legislações vigentes sejam respeitadas e que a saúde pública não seja prejudicada, principalmente em situações emergenciais.
De acordo com a atual legislação, as farmácias e drogarias privadas podem funcionar de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h, e aos sábados, das 8h às 13h. Para assegurar o atendimento ininterrupto, fica instituído o regime de plantão em sistema de rodízio, com funcionamento das 19h às 8h nos dias úteis e das 13h de sábado até as 8h da segunda-feira, incluindo domingos e feriados. “Não estamos aqui para ameaçar ninguém, nem para impedir a vinda de novas farmácias. O nosso questionamento é em relação à organização das escalas e à manutenção da disponibilidade de medicamentos durante a madrugada, especialmente em um município que conta com um hospital 100% SUS e uma população que depende de serviços essenciais”, afirmou Eduardo.
Flores enfatizou que a cidade, com cerca de 20 a 22 mil habitantes, tem uma grande movimentação, principalmente por conta da BR-470, que é um corredor vital para o escoamento de mercadorias e turismo, e destacou a importância das farmácias de plantão para situações de emergência. Ele levantou questões sobre a dificuldade de acesso a medicamentos essenciais em horários não comerciais, como no caso de pacientes com doenças crônicas ou pessoas que necessitam de remédios durante a madrugada. “Mudar o horário de plantão vai inviabilizar o funcionamento das farmácias, com novas contratações de farmacêuticos e colaboradores”.
Mudança no horário de plantão
Já Cleiton, que representa uma rede recém instalada em Ibirama, abordou a flexibilidade no horário de funcionamento das farmácias. Ele propôs que as farmácias que optarem por estender seu horário de funcionamento sejam obrigadas a participar do regime de plantão, enquanto as que não desejarem manter esse horário sejam liberadas. “O que queremos é garantir que haja um rodízio entre os estabelecimentos para que todos tenham a liberdade de escolha”, afirmou.
Ele reiterou que, ao flexibilizar os horários de funcionamento, a população teria mais acesso a medicamentos e serviços essenciais, principalmente durante a noite. “Não queremos que nenhuma farmácia existente feche, queremos é dar a oportunidade para que a população possa comprar o seu medicamento em mais de um lugar. Não sei qual lugar existe uma lei para limitar as pessoas a comprarem em apenas um local”, questionou o representante da rede de farmácias.
Conforme ele, a intenção é possibilitar que o consumidor não fique limitado a um só lugar de compra, durante o regime de plantão. “É melhor a pessoa ter a possibilidade de dois lugares para comprar, consultando os preços e a disponibilidade de medicamentos”, defendeu
A reunião contou com a presença de vereadores e membros da comunidade. Alguns vereadores se manifestaram favoráveis em manter a atual legislação. “Não existe necessidade nenhuma de sair do esquema de plantão”, disse o vereador Gilson Ferreira da Silva (PSD). Já José Vanderlei da Silva, o Tibica, foi enfático. “Parabéns pelo investimento em Ibirama, mas eu acho que vocês vão ficar um certo tempo e depois vão ver que o município, pequeno como Ibirama, não é viável”, disse durante o uso da palavra.
Para o presidente da mesa, Saulo Fonseca, o debate é salutar e busca equilibrar as necessidades da comunidade e as demandas dos estabelecimentos farmacêuticos locais. O assunto ainda será discutido entre as farmácias.