Depois de dois meses de atividades, o Projeto Prevenção ao Abuso e Exploração Sexual Infanto-Juvenil em duas escolas do município de Ibirama, no Alto Vale do Itajaí, encerrou em julho com um resultado considerado muito positivo.
O projeto foi financiado com recursos do Fundo da Infância e Adolescência (FIA), do município de Ibirama e foi contemplado em primeiro lugar neste edital.
A iniciativa da educadora e empreendedora de projetos sociais, Shirlei Fabiana Silva, da Olakunde, Associação Educacional de Formação Intercultural Cidadã, promoveu ações de conscientização em dois educandários, um municipal e outro estadual da rede pública do município de Ibirama: A escola Municipal Tancredo Neves, onde foram atendidos mais de 300 estudantes, além de 33 profissionais da educação e 260 pais e responsáveis. E a escola estadual Walmor Ribeiro, com mais de 400 estudantes atendidos, 55 profissionais da educação e 824 pais e responsáveis.
Os dados são da Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Esportes de Ibirama e da Coordenadoria Regional de Educação, sede Ibirama.
Nas avaliações feitas com o grupo atendido no Ensino Fundamental I sobre as atividades desenvolvidas, 100% dos estudantes disseram ter aprendido a proteger o seu corpo e 100% responderam que depois do projeto, conseguem identificar onde não pode tocar de jeito nenhum, 100% respondeu ainda que se alguém tentar tocar nas suas partes íntimas sabem o que fazer.
No Ensino Fundamental II, 100% das 51 respostas obtidas, considerou ter aprendido a se prevenir das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTS). Entre estudantes do Ensino Médio, das 290 respostas obtidas, 98,3% considerou importante as oficinas de educação sexual na escola.
Na formação com professores, o resultado foi semelhante: 100%, das 25 respostas alcançadas, considerou a iniciativa importante.
Nas duas escolas, durante o trabalho, um total de 28 estudantes sinalizaram já terem sofrido abusos sexuais, o que reforça a necessidade das ações de prevenção e a importância do trabalho.
O resultado alcançado estimula novas ações do projeto.
A intenção é levar o trabalho para todos os municípios catarinenses. “É preciso desconstruir a ideia de que a escola não é lugar para falar de questões sexuais. A prevenção de violências exige que se fale sobre o assunto”, enfatiza a educadora Shirlei Fabiana Silva. Para a educadora, é necessário romper o silenciamento e preconceitos em torno dessa discussão para reduzir casos de abusos e gravidez na adolescência, por exemplo.
Ibirama foi a primeira cidade a contar com ações do projeto, em junho do ano passado.
As atividades ganharam espaço em outras realidades, como no município de Presidente Getúlio, também no Alto Vale do Itajaí. Em Ibirama, foram aplicados 4 ciclos de aprendizagem.
O projeto foi atravessado por metodologias ativas, respeitando cada faixa etária e público envolvido.
As atividades incluíram oficinas preventivas de conscientização e rodas de conversa com estudantes, palestras com a comunidade (pais e responsáveis) e formação pedagógica, com todos os profissionais da educação, em quatro ciclos de aprendizagem.
Os ciclos envolveram formação pedagógica, palestra, oficinas de conscientização em prevenção ao abuso e exploração sexual e oficinas de educação sexual e desenvolvimento corporal.
Com informações: Magali Moser