O governador Carlos Moisés (PSL) justificou o custo de R$ 76,9 milhões para instalar um hospital de campanha em Itajaí, no Vale, para pacientes com coronavírus, dizendo que o valor inclui equipamentos, insumos e pessoal. A explicação foi dada após comparações entre a unidade, com 100 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e a de Goiás, contratada pelo governo federal ao custo de R$ 10 milhões, que terá 200 leitos. O chefe da Defesa Civil, João Batista, e o secretário da Saúde, Helton Zeferino, foram convocados para dar explicações sobre o assunto à Assembleia Legislativa (Alesc) nesta quarta-feira (15).
“Nós não estamos construindo um hospital, estamos, na verdade, contratando pessoas. Só de insumos, despesa com pessoal, a questão do lixo, insumos, medicamentos, alimentação para pacientes e para as equipes que vão trabalhar 24 horas por dia, vão custar R$ 58 milhões”, disse o chefe do Poder Executivo estadual na noite de segunda (13).
Em coletiva nesta terça (14), o ministro da Saúde, Henrique Mandetta (DEM), disse que o responsável pela operação do primeiro hospital de campanha do governo federal, em Águas Lindas de Goiás (GO), será o governo goiano.
“Não estamos falando que vamos operar, não estamos falando dos equipamentos. Nós estamos basicamente falando de colocar camas, e dali pra frente, quem vai colocar todo o equipamento que precisa, quem vai colocar todas as pessoas que vão operar, vai ser a Secretaria de Saúde do estado de Goiás, que vai ser a responsável pela operacionalização”, disse.
Mandetta falou que esse tipo de unidade terá respiradores e “sala de parada”, sendo “totalmente diferente daquelas tendas de campanha pra dengue, hospitais pra dengue, que basicamente é hidratação”, explicou. “Essa [Covid-19] é uma doença que, quando complica, é de média e alta complexidade”, declarou.
O G1 entrou em contato com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e com o Tribunal de Contas do estado (TCE) para saber se os órgãos estavam analisando os valores, mas sem resposta.
Alesc
A convocação dos dois representantes do governo catarinense foi aprovada em sessão virtual nesta terça da Alesc. Eles deverão ser ouvidos na quarta, a partir das 14h. O autor do requerimento foi o deputado Milton Hobus (PSD), presidente da Comissão de Proteção Civil do legislativo catarinense e crítico da contratação do hospital. A proposta foi aprovada por unanimidade.
Vagas abertas
A empresa que vai administrar o hospital vai contratar, no total, 450 funcionários. Para isso, está com processo seletivo simplificado aberto, com inscrições vão até 17 de abril. Há vagas tanto na área da saúde, para enfermeiros, psicólogos e técnicos de enfermagem, quanto administrativo, como auxiliar administrativo e auxiliar de departamento pessoal. A lista completa de vagas e procedimentos para inscrição podem ser vistos via internet.
Hospital de campanha em SC
O hospital de campanha terá 100 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) vai ser operado pelo Hospital Psiquiatra Espírita Mahatma Gandhi, vencedor da proposta, e instalado no Pavilhão da Marejada. A previsão é que a unidade seja entregue na primeira quinzena de maio.
O edital para a instalação foi publicado na quarta (8) e no dia seguinte os envelopes com as propostas das empresas forma abertos. A Justiça chegou a suspender a licitação, mas depois autorizou a continuidade do processo.