Desde último dia 21 e ontem segunda-feira (1°), Santa Catarina teve 16 mortes de pacientes com Covid-19 que esperavam por leitos especializados para tratar a doença. A informação é do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SC) e da prefeitura de dois municípios.
Em Chapecó, nove pessoas perderam a vida neste período em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), onde aguardavam transferência para hospitais. Em Itapema, uma técnica de enfermagem morreu na sexta-feira (26). Já na cidade de Xanxerê, a prefeitura contabiliza seis vítimas que estavam internadas em um hospital esperando por vaga especializada.
Todos os pacientes foram atendidos por médicos e profissionais de saúde, mas esperavam transferência para leitos especializados, segundo informou a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Mortes durante espera de UTI
Os dados abaixo estão nos boletins das prefeituras divulgados do dia 21 de fevereiro até a noite de 1º de março. Os pacientes estavam recebendo atendimento hospitalar enquanto aguardavam a transferência para leitos de UTI ou enfermaria.
- Chapecó: mulher de 90 anos no domingo (21) na UPA;
- Chapecó: mulher de 60 anos na segunda-feira (22) na UPA;
- Chapecó: mulher de 67 anos na sexta-feira (26) na UPA;
- Chapecó: homem de 65 no sábado (27) na UPA;
- Chapecó: homem de 72 anos morreu no domingo (28) na UPA;
- Chapecó: homem de 63 anos no domingo (28) na UPA;
- Chapecó: mulher de 36 anos no domingo (28) na UPA;
- Chapecó: homem de 80 anos na segunda-feira (1º) na UPA;
- Chapecó: homem de 80 anos morreu na segunda-feira (1º) na UPA;
- Itapema: mulher de 53 anos morreu na sexta-feira (26);
- Xanxerê: homem de 62 anos na quarta-feira (24) no Hospital Regional São Paulo;
- Xanxerê: homem de 61 anos na sexta-feira (26) no HRSP;
- Xanxerê: mulher de 63 anos na sexta-feira (26) no HRSP;
- Xanxerê: homem de 60 anos na sexta-feira (26) no HRSP;
- Xanxerê: homem de 63 anos no domingo (28) no HRSP;
- Xanxerê: homem de 66 anos na segunda-feira (1º) no HRSP.
Leitos
Nos últimos 30 dias, Santa Catarina pactuou a abertura de 322 novos leitos clínicos e 170 de UTI em todas as regiões. As unidades foram ampliadas ou estão em processo de instalação. Na última semana, o governador Carlos Moisés (PSL), afirmou que mesmo com os esforços por abertura de novos leitos, todos são rapidamente ocupados.
Na segunda-feira, o estado voltou a cobrar dos municípios a reativação de leitos de UTI que foram fechados por unidades hospitalares em meados de outubro de 2020, mesmo com a pactuação existente e a garantia de custeio. Um levantamento realizado pela pasta da Saúde mostrou que 118 leitos continuam desativados em diversas regiões do estado.
Segundo o secretário da SES, André Motta, os hospitais filantrópicos e os públicos ampliaram consideravelmente a oferta de leitos e há discussões amplas nesta semana para que hospitais privados ofertam mais leitos.
“Temos ofertado recursos, garantido custeio, equipamentos e pactuado com hospitais em todo estado. O momento é grave e de atenção e precisamos ofertar mais”, disse.
Por meio da assessoria de imprensa, a SES (Secretaria de Estado da Saúde) informou que não há previsão para novas transferências, além da já divulgada.
Sobre o número de 261 pacientes na fila de espera por um leito de UTI, a secretaria afirma que este número “é muito dinâmico e serão divulgados diariamente, tal como o boletim, aos finais de tarde. A gente passa a usar esses dados da tarde, que já contemplam altas, transferências e etc”.