Após retirada de morador de rua e limpeza do espaço, prefeitura deverá cercar e retomar atividades no local
Fotos Marcelo Zemke
Marcelo Zemke
O ginásio do bairro Anchieta, em Ibirama, tem sido motivo de preocupação para a comunidade local. Por cerca de seis meses, o espaço esteve ocupado por um morador de rua, gerando insatisfação entre os moradores, que reclamavam da falta de utilização do local para atividades que beneficiassem a população.
Uma moradora chegou a gravar um vídeo denunciando as condições da Quadra de Esportes Antônio da Costa, inaugurado em 2021 e com pouco uso desde de então. No registro, ela mostrou o espaço ocupado e a grande quantidade de lixo acumulado no interior do local. A situação gerou indignação entre os moradores, que cobraram ações imediatas das autoridades. “É lixo espalhado por todo lado e depredação do patrimônio público. Desde o ano passado comunicamos o nosso ex-prefeito, mas infelizmente ninguém fez nada”, afirmou a denunciante.
No vídeo, a moradora também destacou o abandono do ginásio, que deveria ser utilizado para atividades esportivas, eventos comunitários e lazer, mas se encontrava em condições precárias. “Este espaço é nosso, da comunidade, mas está cheio de sujeira, e ninguém toma providência. O lugar virou depósito de lixo e traz riscos para quem mora aqui perto”, afirmou, visivelmente irritada.
Outra moradora, que reside próximo ao local há mais de 50 anos, Doraci Domingos, relatou que o espação foi utilizado poucas vezes pela comunidade. Ela lembra que o espaço já abrigou um evento político e quadra chegou a ser usada por um grupo de jovens, mas acabaram desistindo devido à falta de água no local. “Desconheço que ele foi inaugurado. Havia um morador de rua ali, que foi retirado na quarta-feira pela assistência social. Ele já havia quebrado uma das janelas de minha casa e causava muitos transtornos. Temíamos pela nossa segurança. Agora acredito que eles vão cercar o local”, disse,
Sobre a falta de água no local, a reportagem foi informada que a situação está normalizada.
Providências adotadas
A Secretaria da Educação, em parceria com o Conselho Municipal de Educação (CME), anunciou que as atividades no ginásio serão retomadas em breve, após a realização de uma limpeza completa e a verificação do espaço. A medida busca assegurar um ambiente seguro e adequado para atender à comunidade local.
Na quarta-feira, dia 15, o morador de rua foi retirado do ginásio pela Secretaria de Assistência Social e encaminhado para tratamento em uma instituição adequada. Conforme o secretário de Assistência Social do município, Sandro Luiz Gonçalves, a ação foi realizada após uma decisão do Ministério Público de Santa Catarina, que determinou que o município providenciasse a internação em um prazo de cinco dias. “Há uma situação de rompimento de vínculo familiar. Ele possui familiares em Rio do Sul, mas estamos trabalhando para que ele receba o suporte necessário”, explicou.
A prefeitura informou que, assim que o ginásio foi desocupado, foram iniciadas ações de limpeza e recuperação do espaço. Está em estudo a instalação de cercas ao redor do ginásio como forma de prevenir novas invasões e garantir a segurança da comunidade. Também será realizada uma licitação para exploração do local com foco em eventos e práticas esportivas.
Atendimento a moradores de rua
Atualmente, a Secretaria de Assistência Social de Ibirama acompanha sete moradores de rua no município. Segundo Sandro Luiz Gonçalves, as ações visam proporcionar acolhimento e reintegração social.
Recentemente, um casal foi atendido no Centro de Eventos Manoel Marchetti, onde recebeu suporte da assistência social e foi encaminhado à cidade de origem, Joinville, com auxílio de passagem fornecido pelo município. “No fim de semana atendemos um casal, fornecemos auxílio e eles viajaram na terça-feira, dia 14. Temos também outro casal sendo atendido na mesma situação”, informou Gonçalves.
Com a retomada do ginásio e as ações de reestruturação, a expectativa é de que o espaço seja utilizado em breve para beneficiar a comunidade, promovendo atividades esportivas, culturais e de lazer. “Temos outros casos em andamento, sempre buscando solucões que respeitem os direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade”, completou Gonçalves.