Por Marcelo Zemke – JVN
Indústrias da madeira geram mais de 65mil postos de empregos diretos em SC, sendo o 4º setor que mais emprega no estado
> Receba as notícias da Rede Vale Norte no seu WhatsApp. Clique aqui.
A maior compradora mundial da celulose produzida no Brasil, a China também assumiu o posto de maior importadora de toras de eucalipto e pinus plantados no país. Diante do acesso limitado a recursos naturais para produção da celulose em fábricas locais, o país asiático tem recorrido cada vez mais às compras externas de madeira e levou o Brasil a dobrar as exportações. Mas o que parece ser uma boa notícia para o mercado de insumos é visto com preocupação pelo setor madeireiro local.
Segundo nota emitida pelo Sindicato das Indústrias de Madeira do Médio e Alto Vale do Itajaí (Sindimade) e a Central da Indústria da Madeira (Floema), o setor possui mais de 5,3mil estabelecimentos abertos, sendo o 3º com maior número, sem contar que o setor madeireiro influencia o setor rural, mantendo o trabalhador no campo para a manutenção das florestas plantadas. As indústrias da madeira geram mais de 65mil postos de empregos diretos em SC, sendo o 4º setor que mais emprega no estado. Empresas e sindicatos estudam alternativas para solucionar o problema.
“Não existe um problema quanto a exportação de madeira “in natura”; afinal de contas, cada investidor ou produtor rural naturalmente irá buscar uma melhor remuneração pelo seu produto. O grupo Sindimade/Floema é bastante enfático quanto a bandeira do livre comércio; nos somente existimos na magnitude que atingimos justamente por conta do livre mercado. No entanto, nosso manifesto vai em tom de alerta para as autoridades, por conta da forma “predatória e desordenada “ que essa exportação in natura vem ocorrendo”, justificou o presidente do grupo Ricardo Rozene Rossini.
Barreira na exportação e criação incentivos
Ainda segundo nota, Indústrias associadas ao Grupo Sindimade/Floema estão preocupadas com o volume de madeira em tora de eucalipto e pinus que vêm sendo exportadas para a China e outros países. No documento, é solicitada a intervenção junto ao Governo Federal para construir uma barreira na exportação de tora (In natura) e a criação de linhas de fomento para e incentivo florestal.
Rossini enfatizou que crescimento exponencial apresentado nos últimos 12 meses na exportação da matéria prima, coloca a indústria nacional em risco de descompasso, pois ameaça não só o crescimento sustentável das indústrias, mas a manutenção do patamar atual de emprego, renda, geração de impostos e movimentação de uma cadeia produtiva muito grande que é o setor florestal. “Nossa ideia e definir uma solução a três mãos; produtores florestais, entidades governamentais e nós da indústria de base florestal; a fim de juntos projetarmos uma política florestal que tenha como prioridade a geração de empregos e valor agregado dentro do país”, disse o presidente.
Para isso o SindimadeFloema, junto com a FIESC, EPAGRI, entre outros apoiadores, está elaborando um plano de conscientização e incentivo ao grande negócio que é reflorestar da maneira correta, a espécie correta. “Sabedores que as indústrias vêm aumentando sua capacidade de produção, e que o investimento em floresta plantada está diminuindo, ficamos preocupados com a facilidade dada para a exportação da madeira in natura, uma matéria prima tão utilizada pelo segmento, e que traz desenvolvimento, emprego e renda para o estado de Santa Catarina” relatou a nota assinada pelo presidente do grupo Ricardo Rozene Rossini.
Para se ter ideia somente o grupo SindimadeFloema consome mensalmente mais de 120mil toneladas de pinus (90%) e eucaliptos (10%)ao mês, o que demonstra o tamanho do potencial de ganho ao se investir em florestas e conduzi-las da forma tecnicamente indicada.
Sou produtor, sofro a anos com o valor baixo pago pelos madeireiros. Agora recebo um valor justo, e estou vendendo direto para China também. Amém
O que é justo ?
Tenho eucalipto grandis plantados a 12 anos e as indústrias brasileiras querem de graça.Com certeza com a concorrência chinesa vão se obrigar a pagar o que é justo.