Segundo o governo estadual, procedimentos ortopédicos são o que puxam a fila por conta da falta de especialistas
Cerca de 100 mil pacientes aguardam por cirurgias eletivas na rede pública de Santa Catarina. Os dados são da Secretaria de Saúde (SES) e foram compilados em abril. No Estado, de acordo com a pasta, o que puxa a fila são os procedimentos ortopédicos por conta da falta de especialistas.
A reportagem solicitou dados específicos por região e também o número de espera por procedimento, mas a SES informou que a área técnica não separa mais esses dados. Por meio da Secretaria de Comunicação, a pasta explicou que a Grande Florianópolis, por exemplo, por ter os maiores hospitais, acaba recebendo mais pessoas e de diversas regiões. Portanto, o dado que existe não é de pacientes por região, mas sim de pacientes referenciados.
Em fevereiro de 2023, em vista de resolver a situação das filas, o governo estadual lançou o Programa de Redução das Filas de Cirurgia Eletiva. À época, havia 105.340 pessoas aguardando por cirurgia e outras 117 mil aguardando por consulta cirúrgica, somando mais de 222 mil pacientes.
Já em dezembro do mesmo ano, outras duas iniciativas foram postas em prática visando acelerar os procedimentos e reduzir o tempo de espera. Conforme números da pasta, de janeiro de 2023 até fevereiro de 2024, foram realizadas 163.717 cirurgias eletivas, com necessidade de internação hospitalar, além de 93.092 cirurgias oftalmológicas ambulatoriais e 166.001 cirurgias de emergência.
Recentemente, o governo estadual também habilitou 13 novos hospitais que agora executam procedimentos de alta complexidade na área. Além disso, a fim de aumentar o interesse dos profissionais, Santa Catarina implementou o programa Tabela Catarinense, em que aumentou os valores pagos aos prestadores de serviços até então defasados. Para algumas especialidades, os pagamentos são de até 12 vezes a tabela SUS.
“O impacto positivo dessas ações já pode ser observado em números. Nos três primeiros meses de 2024, foram realizadas, na especialidade da ortopedia, 4091 cirurgias com internação, no mesmo período do ano passado foram 2852, enquanto em 2022 foram 2040”, escreveu em nota.
Situação se repete em âmbito nacional
O drama de espera se repete em âmbito nacional. Em março de 2023, o Ministério da Saúde fez um acordo com os 26 estados e o Distrito Federal para criar a fila nacional de cirurgias eletivas.
Segundo informações do g1, até janeiro de 2024, o programa fez quase 650 mil operações agendadas que não tinham urgência, quase um terço de catarata; e 37 mil pessoas fizeram cirurgia para retirar a vesícula, um aumento de 19% na comparação com o período anterior.
Após o acordo a fila andou, mas a lista de espera ainda é longa. Este ano de 2024 iniciou com mais de 1,2 milhão pacientes que ainda aguardam os procedimentos, conforme números do Ministério da Saúde.