Às vésperas da audiência pública que vai definir a destinação de recursos estaduais para obras em rodoviais federais, o senador Dário Berger (MDB) reafirmou que a posição do governo do Estado será de manter a proposta de investimento nos lotes 1 e 2 da BR-470, ou então poderá desistir do repasse. O senador reuniu-se com o governador na última semana e alinhou parte do discurso para a audiência desta terça-feira (17): o evento é considerado um ultimato para o governo federal aceitar a proposta do governo do Estado, além de servir como fórum de cobrança catarinense por mais atenção junto ao Ministério da Infraestrutura.
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“O governador reitera que quer colocar o recurso no trecho 1 e no trecho 2. Portanto, não tem mais o que organizar previamente. […] Já foi feita essa conversa preliminar. […] Evidentemente, se não for do nosso agrado, vamos exigir uma contrapartida adequada para Santa Catarina”, disse o senador.
Berger não descartou que a falta de acerto entre o governo federal e o governo do Estado acabe por enterrar a proposta. “Eu acredito sempre num acordo, mas isso pode ocorrer. Essa situação já deveria ter sido resolvida há muito tempo. O governo federal se demonstra arrogante e prepotente não querendo discutir as prioridades do governo do Estado. […] Quem dá o recurso tem o direito de estabelecer onde deve ser aplicado”, diz o senador.
Segundo o parlamentar, caso o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, esteja irredutível na proposta federal de distribuição dos recursos nos quatro lotes da BR-470, o governador Carlos Moisés da Silva e o Fórum Parlamentar Catarinense vão decidir sobre a alocação, ou não, dos recursos.
“Santa Catarina toda está de acordo. Só o governo federal não está de acordo. Ou nós [resolvemos] o impasse ou o governador aloca o recurso em outra área que julgar necessária e que seja importante […] Eu, por exemplo, sou contra [seguir a proposta federal]. Eu acho que governo arrogante, governo prepotente, é sinônimo de governo fracassado e nós não podemos conviver com isso”, acrescentou o senador.
A audiência também tratará de outras ações de infraestrutura do Estado, como a possibilidade de construção de uma segunda pista junto ao Aeroporto de Navegantes. O problema é que o terminal foi concessionado e o contrato de concessão não previa uma pista para receber aviões de carga, o que é uma demanda da região. A questão foi judicializada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE).
A audiência tem na pauta também a discussão sobre a construção de terceiras faixas da BR-282 entre Lages e Florianópolis e a aplicação do marco legal das ferrovias em Santa Catarina.
Por Rede Catarinense de Notícias