Setor mais impactado primeiramente é o de transporte de cargas
A Federação das Indústrias (Fiesc) avalia que a alta dos combustíveis eleva os custos do setor produtivo e a inflação. “O preço dos combustíveis é central para diversas atividades. O setor mais impactado primeiramente é o de transporte de cargas. Esse aumento de custos, particularmente no diesel, afeta diretamente o setor produtivo, a partir do aumento dos preços de fretes, e, indiretamente, no consumo das famílias, por meio do repasse de custos para o consumidor final”, diz o presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar.
“Isso pode repercutir também na recuperação da produção industrial para os próximos meses, ainda mais em um contexto de restrição da demanda interna”, afirma Aguiar. Ele lembra que recentemente a entidade divulgou um estudo que mostra que o custo do transporte da indústria catarinense aumentou 75% de 2017 para 2022 – o que reduz a competitividade das empresas. “Embora as condições precárias das estradas sejam essenciais nessa equação, certamente a elevação dos combustíveis afeta estes custos”, pondera. Outro ponto importante destacado pela Fiesc é que os percentuais de aumento anunciados são elevados (16,27% no preço da gasolina e 25,82% no diesel nas refinarias) e terão reflexos consideráveis na inflação, inclusive com o mercado já prevendo uma alta de 0,30 a 0,40 ponto porcentual sobre o IPCA de 2023.