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O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) decidiu arquivar o inquérito que investigava a morte de Rafael Floriano, de 15 anos, baleado por policiais militares em Ibirama, no dia 7 de março de 2024. Segundo as investigações, o adolescente portava uma faca e foi abordado nas imediações do Instituto Federal Catarinense (IFC). De acordo com o delegado Daniel Zucon, que conduziu o caso, o policial agiu em legítima defesa, pois Rafael não teria obedecido à ordem de largar o objeto e apresentava uma postura imprevisível, além de ter adotado uma conduta agressiva momentos antes do incidente e estar próximo a instituições de ensino.
Diante dos elementos apurados e da ausência de evidências que contestassem a versão dos policiais, o promotor Marco Antonio Frassetto, da 2ª Promotoria de Ibirama, optou pelo arquivamento do inquérito. No entanto, a decisão não foi aceita pela família, que recorreu e apresentou argumentos contrários à versão oficial.
Seis dias após o ocorrido, um vídeo, gravado supostamente pela câmera acoplada à farda de um dos policiais, começou a circular. Nele, é possível observar Rafael levantando as mãos em atitude de rendição momentos antes de ser atingido pelos disparos, o que contradiz o relato da Polícia Militar de que o jovem teria avançado contra os agentes.
Os advogados da família, Ilda Valentim e Mickhael Erik Alexander Bachmann, afirmam que o material comprobatório reforça a necessidade de reanálise do caso e recorrerão da decisão do MPSC.