
Foto Marcelo Zemke
A Barragem Norte, em José Boiteux registra às 10h desta terça-feira, 10, o nível de 70.47% de ocupação na represa. (38.80m). A duas comportas permanecem fechadas.
A estrutura tem capacidade para armazenar 358 milhões de metros cúbicos de água e ajuda a reduzir o impacto das cheias em Ibirama e em municípios do Médio Vale e Vale do Itajaí.
A barragem é alvo de impasse entre a comunidade indígena e o governo federal, que fez a construção dentro de uma terra da etnia Xokleng legalmente demarcada. Desde 2014, quando foi invadida pela última vez, sofreu depredações e os equipamentos simplesmente sumiram. Em uma invasão anterior, em 2005, ela foi depredada. Entre as demandas com a comunidade estaria o estudo de impacto socioambiental.
A última operação havia acontecido em junho de 2017, depois de negociações, a estrutura foi operada pela Defesa Civil e duas comportas foram fechadas.
Barragem Norte
Colocada em operação em 1992, a barragem Norte, em José Boiteux, é a maior barragem de contenção de cheias do país, com o volume de 357 milhões de metros cúbicos. Localizada no rio Hercílio, conhecido como Itajaí do Norte, é a principal ferramenta de contenção de cheias do Médio Vale do Rio Itajaí até sua foz, em Itajaí.
O controle de cheias oferecido pela barragem beneficia diretamente os municípios de José Boiteux, Presidente Getúlio, Ascurra, Rodeio, Vitor Meireles, Indaial, Ibirama, Timbó, Blumenau, Gaspar, Botuverá, Ilhota, Itajaí, Brusque e Navegantes.
No entorno da barragem Norte, estão estabelecidas comunidades indígenas distribuídas em oito aldeias, totalizando aproximadamente 2,9 mil integrantes.
Apesar da modernização e a elevação das outras duas estruturas, uma em Ituporanga (Sul), e outra em Taió (Oeste), a Barragem Norte é hoje um “ponto cego” e sua situação precária pode comprometer a prevenção de desastres no Médio e Vale do Itajaí. Em razão dos danos causados em componentes hidráulicos, elétricos e mecânicos, desde 2014, a Defesa Civil vem operando a barragem de forma emergencial por meio de bombas hidráulicas externas.
Já a conclusão do canal extravasor está pendente desde 1992, quando o Governo Federal entregou a obra. O Jornal Vale do Norte pautou o tema constantemente, fazendo chegar a lideranças políticas estaduais e federais.