Apesar da proximidade territorial, Ibirama não pode realizar serviços no local

Marcelo Zemke
Afinal a quem os moradores da Ressacada devem recorrer para cobrar soluções para a melhorar as condições na localidade? Esta é a pergunta feita pelas cerca de 150 famílias que residem no local. Os imóveis que ocupam o leito da antiga Estrada de Ferro Santa Catarina (EFSC). “É só dar uma volta ali para vera situação da rua e do alambrado da ponte. São quase 3 quilômetros e 35 residências ali”, cobrou o morador Jean Carlos Riscarolli, que representa a comunidade local. A ponte histórica é um dos cartões postais da Ibirama e evidencia a engenharia da antiga ferrovia.
Apesar de o território fazer parte do município de Apiúna, a Ressacada possui maior proximidade com Ibirama, com os moradores frequentado o comércio e buscando os serviços locais. O Centro de Ibirama fica aproximadamente três quilômetros da Ressacada I e Ressacada II.
Dando voz aos moradores em pautas de interesse da comunidade, reportagem do JVN entrou em contado com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Ibirama, que informou que apesar do então prefeito Adriano Poffo ter acordado em junho 2021, a Prefeitura de Ibirama faria a manutenção das estradas, ela não é feita por questões legais. “É de responsabilidade de Apiúna e Lontras, tanto que Lontras abriu um acesso por cima. Não é com a gente. Qualquer ação do município de Ibirama ali pode ser considerada improbidade administrativa”, repassou.
Moradores relatam descaso

De acordo com relato do Jean Carlos Riscarolli, os próprios moradores estão tapando os buracos da via com pás e enxadas para garantir o trânsito de veículos do transporte escolar. Durante o contato com a reportagem, ele informou que a última manutenção da rua havia acontecendo em novembro do ano passado. “Sempre alegando prazos e mais prazos. Estamos cansados de só promessas de vereadores e secretários”, informou.
Entre as demandas das comunidades está a falta de fornecimento de água potável pela Casan. A água consumida pelos moradores é escassa, sendo coletada de nascentes com o uso de mangueiras. “Água não fornecem pois falaram que iriam fazer o Reurbi (Apiúna), igual a Ressacada II, que pertence a Lontras, mas até agora nada”, disse.
O morador Ramosir Antunes Vieira, reside nas proximidades da Ponte de Ferro há pelo menos quatro anos. Ele não possui automóvel e precisa buscar serviços de saúde em Lontras. “Lontras é muito mais longe e não tenho condições. Agora querem que minha filha também passe a estudar em Lontras. Este ano ela está em Ibirama. Chega o dia de eleição, os de Ibirama vem pedir voto aqui”, protestou.
O morador também relata que divide a água de uma bica com uma vizinha, mas enfrenta problemas em épocas de estiagem. Ele relatou ainda, que depois de vários meses, maquinas da prefeitura e Apiúna fizeram a manutenção da via. “Ontem eles estiveram aqui, e vi que eram de Apiúna, apesar desta parte pertencer à Lontras. Estava feio isto aqui”,
A moradora Marlete Cardoso, conta que fez uma ligação particular, puxado uma mangueira de 100 metros de água tratada pela ponte de ferro para ter água em casa. Além da água, a inexistência de iluminação pública é outro problema. “Nos últimos anos, os três prefeitos (Lontras, Apiúna e Ibirama), deixaram isso às traças. Isso é abandonado, ontem que vieram mexer. A noite é uma escuridão total. Nesta ponte, tanto já pediram para colocar luz”.
Outra dificuldade dos moradores era a coleta regular de lixo, transporte escolar, o policiamento e opções de lazer nas duas localidades. Conforme o morador, a coleta de lixo e o transporte estão regulares[U1] . “A ponte que é ponto turístico está abandonada e falta de placa de sinalização indicando nome da rua”, completa Riscarolli.
Após contado da reportagem, conforme o morador, alguns trabalhos de parolamento começaram na terça-feira, 12, e acontecem aos poucos.

Parte dos trabalhos foram assumidos por Apiúna
Após contado do JVN, o prefeito de Apiúna, Marcelo da Silva, assinalou que os trabalhos realmente foram assumidos pela prefeitura do município, apesar de antes serem feitos por Ibirama. “A prefeitura de Apiúna está cuidando, pois ficou para nós e Lontras esta situação. Demos uma patrolada algum tempo atrás”, disse.
Ele disse que o município de Apiúna possui mais de 700 quilômetros de estrada de chão para realizar a manutenção. “A Ressacada está no planejamento. Nosso secretário de obra está priorizando os piores trechos neste primeiro momento, por causa do transporte escolar, mas estamos cientes que temos que passar na Ressacada”, disse.
O prefeito de Apiúna destacou ainda que a prefeitura realizou a manutenção na ponte de ferro. A manutenção como troca do tablado, é feita até a metade ponte, ficando a outra metade para o município de Ibirama. “Inclusive está em cima do território de Lontras. Se o tempo se manter firme, em uma data breve, estaremos indo à Ressacada”, concluiu.
Na quinta-feira, dia 14, máquinas do município realizam a macadamização da rua na localidade.