Projeto de prevenção ao abuso e exploração sexual infantojuvenil envolve toda a comunidade escolar 

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Atividades iniciaram em Ibirama em junho do ano passado, com diversas ações de conscientização e autocuidado

Marcelo Zemke

A apresentação da professora do curso de Direito da Universidade Regional de Blumenau, a doutora e mestre em direito, Wanda Helena Mendes Muniz Falcão, marcou o encerramento das atividades do projeto de prevenção ao abuso e exploração sexual infantojuvenil na escola Tancredo Neves, na Serra São Miguel em Ibirama. O projeto envolve diversos profissionais das áreas da saúde e psicologia.

Wanda trabalha a área jurídica e criminal junto aos professores. Ela conta que oficina realizada no encerramento, tem a finalidade de promover o conhecimento técnico e uma troca experiência com os professores. “O objetivo é tirar dúvida sobre crimes sexuais envolvendo crianças e adolescentes. Isto é de extrema importância, pois é um tema muito midiatizado e com as pessoas vão muito no senso comum”, explica.

Ela acrescenta que tema é compartilhado em redes sociais, sem o conhecimento do nível jurídico que se dá no caso, que é o que interessa. “Quando falamos em crime, tem que ser matéria do direito penal e com proteção da criança e do adolescente. Abordamos os tipos penais, como estupro de vulnerável, simulação de atos com crianças, compartilhamentos de fotos. Tudo isso é pertinente para o ambiente escolar, pois os professores podem identificar o tipo penal, a conduta que deve ser tomada para que haja denuncia e que seja combatido”, explicou.

O diretor da Tancredo Neves, Jonathan Schaeffer, conta que a metodologia do projeto trouxe nova perspectivas para a comunidade escolar. “Tivemos muito comentários ricos aqui dentro da comunidade da Serra São Miguel. É um projeto muito valoroso e incentiva as crianças a estarem atentas ao que acontece em seu redor e com elas, protegendo seu próprio corpo”. Na escola foram atendidas mais de 300 crianças com todas as oficinas elaboradas. A parceria com a professora Shirlei Fabiana Silva, da Olakunde, Associação Educacional de Formação Intercultural Cidadã, acontece há três anos na escola.

A diretora da EB Walmor Ribeiro, de Dalbérgia, Marileusa Cimardi Müller, destaca que o projeto é de extrema importância. “Percebemos um grande número de crianças que são abusadas hoje em dia, mas que ficam caladas. Todo o projeto trouxe um entendimento de como ocorre este abuso, em que ambientes e que atitudes devemos tomar. É importante no ambiente escolar, todos estarem envolvidos e entenderem o funcionamento deste projeto”, salientou. Na Escola Estadual Walmor Ribeiro são mais de 400 estudantes atendidos, 55 profissionais da educação e 824 pais e responsáveis.

Prevenir a violência sexual contra crianças e adolescentes

A professora Shirlei Fabiana Silva, da Olakund, conta que projeto começou em Ibirama e foi idealizado pela Secretaria de Assistência Social, financiado com recursos do FIA, e que tem como objetivo prevenir a violência sexual contra crianças e adolescentes. “Entendemos que a questão do abuso sexual precisa ser atravessado pela sociedade, serviço público, e pelas crianças e adolescentes. Nosso objetivo é prevenir. Todos falam do abuso sexual depois de acontecer. Nosso dinâmica começa pelo toque, respeitando todas as faixas etárias, no ensino fundamental 01 trabalhamos o lúdico, no fundamental 02 trazemos oficinas de educação sexual, onde quebramos um paradigma, onde as pessoas pensam que se ensina sexo, mas se ensina o desenvolvimento corporal, para que se aprenda a se proteger ”.

No ano passado um vídeo com a temática em Ibirama, viralizou nas redes sociais.

O projeto iniciou as atividades em Ibirama em junho do ano passado, com diversas ações de conscientização e autocuidado. Na avaliação feita pelos estudantes do 6º ao 9º ano sobre o projeto, mais de 98% dos alunos reconheceram o projeto como uma oportunidade de aprendizado para autoproteção contra abuso e exploração sexual.

Mais de 97% dos estudantes consultados defenderam e consideram importante falar de prevenção e educação sexual nas escolas.

Nas avaliações dos professores e dos pais, o reconhecimento sobre a necessidade em torno do projeto foi de 100% tanto da importância de discutir a temática, quanto à possibilidade de aplicação do aprendizado com os filhos.

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