Acidentes na curva do KM 122,6 são quase que diários

Por Marcelo Zemke Rede Vale Norte

Detritos acumulados na pista e drenagem podem ser fatores que contribuem para o grande número de acidentes no local

Muitos acidentes nas estradas do país podem ser ocasionados por falhas na pista de rodagem. No Alto Vale, a BR- 470 concentra alguns pontos com grande números de acidentes, especialmente na região de Ibirama,  nos pontos conhecidos como a Curva da Garapeira no Km 121, Curva da Morte no KM 111 e Curva da Pré-fabricar no KM 122,6. Quando um veículo entra numa curva, ele tende a seguir em linha reta e sair da pista. Por isso, segundo as normas de engenharia, as curvas devem ser construídas com uma inclinação sempre para o lado de dentro da pista. Isso ajuda o veículo a permanecer no traçado certo. A inclinação varia conforme o tamanho da curva e a velocidade permitida.

Quase todos os dias, são encontrados para-choques, retrovisores, placas, para-brisas e de outras peças de carros às margens do KM 122,6 da BR-470. As peças de automóveis danificados são indicativo do perigo que os motoristas enfrentam cada vez que passam pela chamada curva da Pré-fabricar.

Os acidentes com saída de pista e derrapagem no local são frequentes.  Em uma das ocorrências no sábado, dia 13, enquanto os Bombeiros Voluntários de Ibirama realizam atendimento a um capotamento, um automóvel perdeu a direção na curva e colidiu na viatura da PRF.

Conforme informações do Policial Rodoviário Federal, Manoel Fernandes Bittencourt, o local possui diversos fatores que contribuem para a ocorrência de acidentes. “Conversamos com o DNIT  e esperamos que eles possam fazer algo ali para evitar este tipo de situação”.

Para ele, a maior parte dos acidentes são causados pelos detritos na pista, como poeira, borracha e combustíveis que se depositam no local – no sentido crescente, e escorrem com a chuva, tornado o asfalto escorregadio.

A poeira e detritos acumulados na pista, misturados com a agua da chuva, escorrem para a parte de dentro da curva, devido a superelevação (inclinação da pista que ajuda o motorista a fazer a curva), tornando a pista muito escorregadia. “No sábado, dia 13, tivemos vários veículos que se perderam na curva do KM122,6. Tudo indica que, o que acontece ali, quando ocorre uma chuva fina que não chega a lavar totalmente a pista, essa lama escorre para o lado de dentro da pista e a deixa escorregadia”, disse, referindo-se à drenagem superficial da pista.

Excesso de velocidade

As condições descritas pelo PRF formam uma verdadeira armadilha para os motoristas desavisados. “Muitas vezes, quando chegamos no local, as pessoas dizem que parece que há óleo, mas não tem. O que ocorre ali é este fenômeno em função da chuva fina”, disse.

Mas também os motoristas devem respeitar os limites impostos na rodovia. No local, a velocidade máxima permitida é de 60km/h.  É importante também que fique atento as placas que dizem claramente, a que velocidade o motorista deve entrar num determinado raio de curva para fazer o traçado com segurança. “A nossa solicitação ao DNIT tem sido a colocação de redutor de velocidade na curva no sentido crescente”, informou Bittencourt.

De acordo com informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte em Santa Catarina (DNIT-SC) em Rio do Sul, todas as informações repassadas à imprensa, são centralizadas em Brasília. Com as informações para a imprensa concentradas no DNIT em Brasília (DF), a reportagem do JVN solicitou Informações sobre alguma notificação ao DNIT para fazer melhorias no local e não obtivemos retorno do responsável pelo setor.   Em Rio do Sul, o superintendente do DNIT-SC, Cristiano Zulianello foi enfático.  “Mas não, a curva não provoca nenhum acidente. O que provoca acidente é velocidade incompatível com a rodovia”, finaliza.