Daniela vai de surpresa à Alesc e promete respeitar Julio Garcia se virar governadora

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A Assembleia Legislativa recebeu uma visita inusitada e inesperada na última quarta-feira. O início da tarde, sem agendas marcadas, a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido) esteve no parlamento estadual por cerca de três horas para visitar deputados estaduais em agradecimento à decisão que a retirou do pedido de impeachment baseado no caso dos respiradores fantasmas – aprovado terça-feira apenas para o governador Carlos Moisés (PSL) por 36 votos a 2.

A presença da vice-governadora na Assembleia aconteceu poucas horas depois de o governador Moisés afirmar, em evento para entrega de ônibus escolares, que a atual gestão deixou “alguns parlamentares” com “crise de abstinência das velhas práticas, da velhíssima política”. Daniela participou do do evento antes de ir buscar – de forma improvisada – aproximação com os parlamentares.PUBLICIDADE

A vice-governadora fez questão de ser recebida pelo presidente Julio Garcia (PSD) – principal alvo do Centro Administrativo nas últimas semanas, por ser considerado o principal responsável pelo andamento dos processos de impeachment. Em breve conversa no gabinete do presidente, Daniela garantiu que ele será “tratado com respeito” se ela assumir o governo do Estado.

Outro deputado procurado pela vice-governadora foi Kennedy Nunes (PSD), um dos mais contundentes nomes da oposição a Moisés e relator do impeachment referente ao aumento salarial dos procuradores – que será analisado nesta sexta-feira pelo Tribunal do Impeachment. Como esse caso também envolve a vice, o deputado não quis se encontrar com Daniela, que chegou a aguardar no gabinete do parlamentar – sem sucesso.

Nos gabinetes em que foi recebida, Daniela fez questão de dizer aos deputados que pretende fazer uma gestão mais próxima do parlamento e aberta ao diálogo que o colega de chapa da eleição de 2018. A relação de Moisés com a Alesc foi marcada por altos e baixos e praticamente se desfez após o escândalo gerado pela compra de 200 respiradores de UTI por R$ 33 milhões, até hoje não entregues. O caso resultou em operação policial, CPI na Alesc e motiva um dos pedidos de impeachment.

Desde então, a vice-governadora tem feito questão de marcar presença na Alesc, especialmente quando há votações que envolvam os impeachments. A visita inesperada de quarta-feira, no entanto, não mudou a avaliação no parlamento sobre as chances dela assumir o governo. Hoje, a vice tem ainda menos suporte político do que Moisés. Mesmo assim, chamou atenção dos parlamentares que conversaram com ela a confiança que a vice tem de que será governadora do Estado a partir da próxima semana.

Por NSC