Dono da piscina com suástica nazista insiste, mas abandona as Eleições 2020 em SC

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O professor Wander Pugliesi confirmou neste domingo (18) à Justiça Eleitoral que desistiu de disputar uma cadeira de vereador em Pomerode nas Eleições 2020. Conhecido em todo o país por ter desenhado uma suástica nazista na piscina de casa, ele havia redigido uma carta de próprio punho na sexta-feira (16) dizendo que não abandonaria a candidatura. Porém, mudou de ideia.

Pugliesi disputava a eleição pelo Partido Liberal (PL). A repercussão negativa do envolvimento dele no pleito levou o diretório estadual da legenda a anunciar a desfiliação. O partido também comunicou, no dia 8 de outubro, que solicitaria o cancelamento da candidatura à Justiça Eleitoral.

Uma semana mais tarde, Pugliesi permanecia inscrito na disputa, embora tivesse solicitado a desfiliação numa carta. Questionado pela coluna, o coordenador regional do PL no Médio Vale, Alexandro Fernandes, disse que o diretório municipal da legenda estava providenciando um substituto.

Ainda candidato

Na sexta passada, o Professor Wander — nome de urna escolhido por ele — redigiu uma segunda carta ao presidente do diretório municipal do PL, Alan Dirk Weber:

“Venho por meio desta esclarecer que não pretendo me desfiliar do PL e tão pouco (sic) desistir de minha função de vogal do PL Pomerode, e reafirmar minha intenção de continuar candidato à vereança”.

Dois dias depois, redigiu outro documento manuscrito ao juiz eleitoral de Pomerode em que comunicou a renúncia definitiva. Ele disse que tanto o primeiro pedido de desfiliação quanto a negativa da sexta-feira haviam ocorrido “no fragor dos ânimos”. Pugliesi também afirmou ter sido vítima de uma “campanha midiática de difamação”.

O PL indicou um substituto para o candidato desistente, mas a substituição ainda precisará ser avaliada pela Justiça Eleitoral.

Suástica na piscina

A foto da suástica na piscina foi feita de helicóptero, em 2014, por policiais que atendiam a uma ocorrência de assalto em Rio dos Cedros, município vizinho a Pomerode. Pugliesi não chegou a ser denunciado porque a polícia, à época, considerou que ele não fazia propaganda nazista ao manter o símbolo dentro de casa.

Dezesseis anos antes, em 1998, a Polícia Federal havia cumprido uma busca e apreensão de materiais na residência do professor de História, que à época vivia e lecionava em Blumenau. Ele também não foi acusado de crime naquele caso.

Por NSC