Influenciador de SC é investigado pela polícia ao sugerir colocar ‘estimulante sexual’ na bebida de mulheres

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A publicação feita por um influenciador digital e humorista de Santa Catarina ganhou repercussão nas redes sociais e é acompanhada pela Polícia Civil. Em um vídeo que viralizou na internet na quarta-feira (7), Fabrício dos Santos Simão aparece divulgando um produto de um sexy shop que atua como “estimulante sexual”.

Em um trecho da interação, o autor do vídeo sugere que o produto seja colocado por homens na bebida de mulheres que se recusassem a ter relações sexuais em um primeiro encontro. A polícia foi acionada e o morador de Joinville responde um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo fato. Ele apagou o conteúdo, pediu desculpas pelo comentário e classificou a ação como “infeliz”.

“Negão, eu tenho certeza que vai vender mais é o ‘tesão de vaca’, porque vai ter nego comprando isso aqui para botar no corpo das meninas. E, às vezes, a menina quer ir para frente com o cara, mas aí ela pensa não, não. Na primeira vez não, vou me fazer de difícil. Aí tu joga no copo dela”, disse o influencidor no vídeo.

As imagens foram excluídas momentos depois, após o humorista perceber que o comentário poderia gerar repercussão negativa. Algumas pessoas, no entanto, gravaram o conteúdo e publicaram nas redes sociais.

Conforme Fabrício, o produto seria composto por taurina e pó de guaraná, e não altera a consciência de quem o ingere. A propaganda faz parte de uma série de publicações que o artista firmou com a empresa durante seis meses.

“Foi infeliz. Na verdade, como ele saiu do contexto do canal, ele se tornou perigoso e poderia influenciar pessoas […] Virou uma bola de neve. O ódio se dissemina nas redes”, disse Fabrício ao G1 SC na tarde deste sábado (10).

Investigação

Responsável pelo caso, a delegada Cláudia Lopes Gonzaga, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami), disse que TCO será guiado pelo artigo 287 do Código Penal, que consiste em fazer, publicamente, “apologia ao crime”.

Segundo a delegada, como o produto seria um estimulador, e não o conhecido como “Boa noite, Cinderela”, no qual as vítimas ficam desacordadas o fato não se caracteriza pelo caso de estupro.

O TCO é um registro de um fato e tem menor potencial ofensivo. A modalidade é usada nos crimes de menor relevância, que podem resultar em multa ou pena mais branda.

Retratação também nas redes

Logo após apagar o vídeo, Fabrício se retratou nas redes sociais, pediu desculpas e disse que não percebeu que o comentário poderia instigar o crime.

“Eu fui muito na inocência e nem me liguei na apologia que acabei fazendo involuntariamente. Queria pedir desculpas para vocês. Muitas mulheres já passaram por essa situação e eu entendi. Que se justifica não cresce, então eu to passando para me desculpar”, afirmou Fabrício em um vídeo publicado na quarta-feira (7).

Fonte: G1 SC