Página anônima que criticava pré-candidatos em Blumenau era gerida por assessor parlamentar

Geral

Um assessor parlamentar era o administrador da página Capivara Linguaruda, que criticava pré-candidatos às Eleições 2020 em Blumenau nas redes sociais sob anonimato. O Facebook Brasil revelou a identidade do autor depois que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) deu razão a um pedido da candidatura de João Paulo Kleinübing (DEM). A Constituição brasileira assegura a livre manifestação, mas veda o anonimato.

A coluna teve acesso ao documento que aponta Allison Nascimento como responsável pela página no Facebook e pelo perfil no Instagram. Nascimento é assessor do deputado Ricardo Alba, pré-candidato do PSL à prefeitura. Segundo o portal da transparência da Assembleia Legislativa (Alesc), ele recebe R$ 3,6 mil mensais para atuar em atividades externas de apoio parlamentar. O servidor comissionado tem Blumenau como sede.A defesa de Kleinübing acusou a página de fazer propaganda eleitoral negativa antecipada. O TRE ordenou que o Facebook retirasse do ar dois posts que procuravam associar o candidato a episódios de corrupção, como as operações Tapete Negro e Lava-Jato. Tanto a página quanto o perfil de Instagram saíram do ar logo em seguida.

Outro alvo frequente da página anônima era o prefeito e pré-candidato à reeleição Mário Hildebrandt (Podemos).

O QUE DIZ ALLISON NASCIMENTO

Em nota enviada à coluna, Allison Nascimento disse que a página Capivara Linguaruda “faz críticas, geralmente com humor, aos acontecimentos políticos”. Ele disse que não usava o horário de trabalho para produzir os conteúdos e que o deputado Ricardo Alba não tinha conhecimento da atividade.

“A página nunca postou fake news, nunca inventou assuntos, nem mesmo centrou suas postagens em uma única pessoa. O objetivo da página sempre foi de fazer críticas construtivas contra políticas e políticos da nossa cidade, com a finalidade única de esclarecer o cidadão blumenauense”, afirmou.

O QUE DIZ O DEPUTADO RICARDO ALBA

A assessoria de Alba informou que o deputado desconhecia o envolvimento do servidor com a página e que o repreendeu, mas não se manifestará sobre o assunto.

Por: Evandro de Assis/NSC