Em pronunciamento na noite desta quarta-feira (22), o governo de Santa Catarina voltou a dizer que monitora os impactos das reaberturas dos setores econômicos no sistema hospitalar do estado. O governador Carlos Moisés (PSL) afirmou que medidas mais restritivas podem ser adotadas caso a doença Covid-19, causada pelo novo coronavírus, avance muito rapidamente em relação ao avanço da estrutura da rede de saúde.
Santa Catarina tem 1.115 casos confirmados de Covid-19, com 39 mortes. Nesta quarta, houve a reabertura do funcionamento de shoppings, restaurantes e academias no estado, autorizada por portarias publicadas no Diário Oficial do Estado de terça (21). Os estabelecimentos precisam seguir regras, como o distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas. Em um shopping de Blumenau, no Vale do Itajaí, houve aglomeração de pessoas na entrada.
O secretário de Estado da Administração, Jorge Eduardo Tasca, afirmou que a velocidade de avaço da doença precisa ser proporcional à estrutura hospitalar. “No momento, está adequada e permitiu que fizéssemos as reaberturas”.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Santa Catarina é de 16,27%. Estão em UTI 102 pacientes. Desses, 62 estão na rede pública e os demais, em hospitais particulares.
“Precisamos acompanhar o resultado das flexibilizações, de forma gradual poder analisar cada movimento e a velocidade da doença em relação à capacidade hospitalar. Se a evolução da doença foi mais rápida, novas restrições podem ser restabelecidas para que a velocidade esteja adequada e compatível com a estrutura hospitalar”, afirmou Tasca.
Aglomerações
Em relação a casos de aglomerações nos setores autorizados a funcionar, o governador afirmou que “a participação do indivíduo é fundamental” e que “não podemos prender as pessoas em casa”. “O estado será parceiro dos municípios e é preciso suspender as atividades em que houver exageros”, disse.
“A gente não consegue aceitar que as pessoas se aglomerem em shoppings. Se o estabelecimento não consegue administrar o seu público, com restrição de entrada, e as pessoas estão se comportando como se tivesse voltado ao normal, cabe ao poder público lacrar o estabelecimento”, disse o governador.
Sobre a diferença entre os números de casos confirmados pelo estado e de alguns municípios, o secretário da Saúde afirmou que “o município que está fazendo a testagem rápida, em dando positivo tem a necessidade de que façam a notificação ao estado e vai ser contabilizado”.
G1 SC