Celesc será responsável pela execução do serviço
O Governo do Estado de Santa Catarina conseguiu autorização para acessar a terra indígena da comunidade Xokleng, localizada em José Boiteux, com o objetivo de reparar a comporta travada na barragem de contenção de enchentes. A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil recebeu o aval do Ministério Público Federal (MPF) nesta quarta-feira (30), e a Celesc será responsável pela execução do serviço. A estatal possui experiência com estruturas similares devido às barragens de geração de energia. A próxima etapa será o estabelecimento do cronograma de trabalho.
A barragem de José Boiteux é a maior do Vale do Itajaí em termos de contenção de cheias. Em outubro do ano passado, após uma série de enchentes na região, ambas as comportas foram fechadas. Poucos dias depois, ao tentar abri-las para liberar a água acumulada, uma das comportas não respondeu e permaneceu emperrada. Como a área é uma terra indígena legalmente demarcada e alvo de históricos conflitos, o MPF interveio, o que impediu o reparo imediato.
Embora a autorização seja vista como um avanço, o governo estadual considera que o cenário ainda está longe do ideal. A Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil planeja uma recuperação completa da barragem de José Boiteux. A estrutura da casa de máquinas foi severamente depredada, e os equipamentos no local foram retirados. Na última operação, foi necessário utilizar um caminhão hidráulico para abrir e fechar as comportas, o que resultou na avaria de uma delas.
No ano anterior, a Celesc já havia auxiliado a Defesa Civil na gestão das barragens durante as enchentes. O governador Jorginho Mello (PL) declarou que pretende explorar o potencial da barragem de José Boiteux para a geração de energia, o que transferiria sua responsabilidade para a Celesc. Contudo, estudos de viabilidade são necessários, e nenhuma decisão foi tomada até o momento, segundo informações de uma reunião realizada em Blumenau nesta quarta-feira (30).
O custo estimado para o conserto da comporta emperrada é de aproximadamente R$ 200 mil.